Um Foto da Semana longo para refletir sobre o tema ser mulher e viajar para o Marrocos, além de mostrar uma imagem ainda inédita por aqui.
Neste dezembro fez 10 anos de uma das primeiras viagens relatadas aqui no Territórios. Para recordar a data, procurei uma imagem e coloquei esta mesma no Instagram. Ela foi super curtida e comentada, mas gerou curiosidade porque mencionei ter sido maltratada pelos homens locais sem contar os detalhes.
Ser mulher e viajar para o Marrocos 4wu60
Não sei porque nunca escrevi exatamente sobre isso, apenas relatei belezas e as experiências legais. No entanto, sempre que alguma mulher comentava o desejo de viajar pra lá eu alertava sobre o comportamento dos homens em relação às mulheres e afirmava: não pretendo voltar para países muçulmanos sem a companhia de um “marido” e uma aliança no dedo, mesmo falsa. A afirmação ainda é válida para o sul do Marrocos, mas não para todos os países muçulmanos porque viagens recentes me ensinaram a não generalizar.
Marrocos é um exemplo onde muitas amigas tem ido sozinha sem qualquer inconveniente por ser mulher. Inclusive, um guia local me chamou por mensagem privada querendo entender os meus motivos e compreendeu quando falei os locais visitados. Ele disse que o povo de Zagora, Ouarzazate e até Marrakech realmente não é educado como deveria ser com as turistas. Indicou viajar para o norte na próxima vez.
Então vou contar o que aconteceu em 2006, mas antes, aproveito para expor esta bela foto tirada com rolo de filme porque este post é um Foto da Semana.
Vale Drâa no caminho para Zagora 602d12
Um dos vários Kasbah no Vale Drâa, no caminho para Zagora – Marrocos
O que aconteceu não foi nada grave, no entanto, bem desagradável. Viajei com 16 homens e sempre que perguntava ou falava alguma coisa com os locais no seu ambiente de trabalho, eu era ignorada (exceto nas lojas de Marrakech). Depois de insistir, por vezes, me diziam: qual deles é o seu marido? Ele é quem deve falar comigo…
Em outro momento, um motorista ficou irritado quando sentei no banco da frente. Ele disse que mulheres só podem sentar atrás no carro dele. Sendo que o carro não era dele, era da empresa de turismo contratada para levar o nosso grupo para o deserto com regalias. Mesmo assim, expliquei meus motivos com calma e a resposta dele foi me jogar um pano sujo na cara dizendo que só poderia ficar ali se lime o vidro durante a viagem. Com os meus três amigos espanhóis dando risada da situação no banco de trás, eu peguei o pano e fiquei quieta tentando me concentrar na paisagem. A imagem acima foi feita de dentro deste carro tentando reverter raiva em beleza. Agora pergunto:
Vale a pena ir para um lugar e ser tratada deste jeito? 134l6k
Não, né! Por outro lado, tenho lembranças incríveis porque me esforcei para que estes detalhes não atrapalhassem a fase linda vivida por mim naquele momento. Esta não foi uma viagem planejada ou desejada, foi um presente como contei aqui. Por isso, foi surpreendente tanto para o lado bom, quanto para o ruim. O que aprendi na marra foi a importância de estudar a cultura local antes da viagem e tentar se adaptar ao máximo para evitar inconvenientes ou desistir de vez do destino.
Confesso ter vontade de voltar para ver se melhorou e tentar compreender o lugar com um olhar mais maduro, afinal faz uma década e o mundo tende a evoluir… Ou regredir!!! E você, o que pensa sobre ser mulher e viajar? Escreva nos comentários e não deixe de ler o resultado da pesquisa dos lugares mais perigosos e seguros para viajar sozinha.
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Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 18 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram
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