Andava vagarosamente em meio aquelas estreitas ruelas, com o olhar perdido entre tapetes, azulejos, peças de couro e especiarias, quando me dei conta de um senhor que gritava atrás de mim.
“Balak, Balak, Balak!”
Ao dar meia volta, uma cena inusitada. Sem perceber, estava empatando a agem de uns seis burrinhos que vinham em fila, carregados de peles, sacos de tomates, aves abatidas, condimentos, ervas raras, e coisas que até Deus dúvida. Encostei-me bem à parede e assisti a burregada ar com aqueles cestos que ocupavam aquela viela estreita demais para qualquer tipo de tráfego … a não ser o de mulas.
As opiniões expressas pelos viajantes colaboradores são próprias e nem sempre refletem o pensamento do Territórios. Conheça o autor ou deixe um comentário.
Estávamos na cidade imperial de Fez, nordeste do Marrocos e 196 quilômetros distantes da capital Rabat. Caminhávamos por uma das mais de 9.000 ruelas de Medina de Fez El Bali (a “velha Fez”). Um verdadeiro labirinto marroquino de sons, cheiros, cores, texturas e cenas exóticas.
Fez é um “labirinto encantado abrigado do tempo”, como descreveu o escritor Paul Bowles
Vista dos famosos curtumes de tingimento de couro
Fundada no ano de 789, Fez é a mais antiga das cidades imperiais marroquinas e patrimônio da humanidade da UNESCO desde 1981. Foi a capital do país por mais de 400 anos e, apesar de ter perdido a importância política, manteve-se como centro cultural e espiritual do Marrocos. Atualmente é uma das cidades santa do islamismo, seguindo os os de Meca e de Medina. Em seu coração murado fica a imensa Mesquita de Kairaouine, construída em 857, uma das mais antigas e importantes do mundo árabe ocidental.
Adentrar o Bab Boujeloud – um imenso portão azul e branco construído em 1913 – é como pegar carona em uma máquina do tempo. Pouco a pouco, a cada o, íamos nos perdendo na escala temporal dessa cidade que – como ficou claro no episódio das mulas – pouco mudou com o ar dos séculos.
As sapatilhas de Fez e suas mil e uma cores
A tecelagem de tapetes é uma das tradições mais antigas e bem guardadas do Marrocos
Em suas ruas vende-se de tudo: roupas, carne de cabra, produtos de couro, ervas medicinais, tapetes, joias, temperos, almofadas, frutas, flores, livros, sandálias e sanduíches de recheados de grão-de-bico e pimenta. O vai e vem de pessoas (e mulas) é intenso. Do alto de uma mesquita, a potente voz do muezim convoca os fiéis para rezar. “Allah u Akbar!”. Fez é, definitivamente, uma odisseia dos sentidos.
A lua já brilhava minguante sobre os imensos muros de pedra quando pegamos o caminho de volta até o nosso hostel, por aquele labirinto de ruas estreitas. Andava distraído irando o caótico vai e vem, quando recebo um toque sutil nas costas. Ao me virar, um simpático velhinho – acompanhado da sua mulinha – suplica:
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Tome Nota: Fez 21v
Como chegar: a Tap Air Portugal, Iberia, Air , Alitalia e Delta fazem conexão em um país da Europa ou nos Estados Unidos antes de aterrissar em Casablanca. Para ir para Fez, pode-se ir de trem ou ônibus.
Documentação: para viajar para Marrocos é necessário ter aporte válido no mínimo por seis meses. O prazo máximo de permanência em Marrocos como turista é de 90 dias. Não é necessário nenhum visto para turistas brasileiros entrarem em território marroquino.
Aeroporto: o aeroporto Fes-Saiss (35 62 48 00) fica 12,8 km ao sul.
Táxi: custa, em média, $120dh.
Ônibus: o ônibus nº 16 vai até as estações de trem e ônibus. Há transporte local.
Informações turísticas: Imm Bennani, 1 Place de la Résistance (35 62 34 60).
Fotos de Davi Carneiro e Oficina de Turismo de Fez.
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Davi Carneiro é baiano, jornalista, viajante, blogueiro de viagens, aprendiz de escritor e formado no Master de Periodismo de Viajes em Barcelona. Atualmente mora na Romênia. | Siga no Instagram
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