As montanhas Dalarna compreendem mais de 3 mil quilômetros quadrados de reservas naturais entre a Suécia e a Noruega, também chamada de Gränslandet. Ali as fronteiras não são oficialmente demarcadas, mas o guia avisava e o GPS provou como fiquei indo de um país a outro durante as trilhas.
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O significado da palavra Dalarna é vale e fez todo sentido ao subir e descer montanhas para ver os lagos no meio, as renas ou a floresta ancestral de pinheiros. Esse último link conta a visita ao Parque Nacional Fulufjället, além dele, alcancei o topo da montanha Båthusberget e percorri as montanhas de Idre, onde acampei no local que costuma ser o mercado de renas ou ponto de encontro do povo Sami.
Esta é a região mais ao sul onde o povo Sami pode ser encontrado em sua rotina de cuidar das renas. Conforme o clima, milhares desses animais ficam soltos em busca do precioso líquen, musgo que também nos alimenta nas receitas sustentáveis de quem vive por ali, afinal, eles aproveitam tudo para evitar o desperdício. Sem dúvida, caminhar lado a lado com uma rena e aprender sobre a cultura indígena da Europa foi o ponto alto do roteiro e vai render um texto exclusivo em breve. Para ter uma ideia, os Samis estão presentes nos países nórdicos há 3500 anos e dependem das renas tanto quanto os animais precisam deles. É uma relação linda e muito diferente do esperado encontrar no continente.
Ingredientes das refeições catados na natureza como líquen e berries, além da carne de renaBerries
Pausa para o fika porque a rena queria descansar
Dalarna é um destino muito procurado pelos suecos de todas as idades, sendo o quintal dos moradores da capital Estocolmo, frequentadores assíduos para pesca, trilhas e acampamento de final de semana. E isso começou com um incentivo do governo da Suécia no início do século XX. Estações de montanha com hospedagem e restaurante foram construídas para fornecer a infraestrutura ao turista. Elas são simples e rústicas, mas oferecem serviços úteis como uma sala aquecida funcionando como secadora das roupas e sapatos molhados durante as aventuras, cozinha compartilhada, guias, aluguel de equipamentos e sauna.
Me hospedei na STF Grövelsjöns, a localização mais alta (816 metros) de todas as estações e talvez a mais amigável com o meio ambiente. Ganhou prêmio de sustentabilidade como reconhecimento pelos esforços em reduzir o impacto ambiental no bioma tundra (encontrado somente nos Polos e nos Alpes).
Chama a atenção a praticidade para conter custos e tornar igualitário o esforço entre todos, hóspedes e funcionários. Por exemplo, havia um aviso na minha suíte dizendo não ter serviço de quarto, seria limpo após a minha saída e eu mesma deveria arrumar a cama (lençóis estavam dobrados no colchão) e retirar o lixo se ficasse incômodo. Havia uma caixa de madeira com espaços para separar o lixo a ser reciclado. Outro detalhe é cada um montar o seu próprio lanche de trilha em uma área reservada para isso no restaurante. Pode servir a vontade (cereais, pães, wraps, ovos e salgados) e levar nos sacos de papel os alimentos a serem consumidos ao longo do dia.
STF Grövelsjöns deve ser reservado com antecedência, mesmo com grande número de leitos costuma lotar nas temporadas de esqui e trilhas. Serve café da manhã com produtos típicos e chá da tarde para todos. Existe pensão completa ou meia, mas deve ser confirmada até o fim de cada manhã. A localização é 10 minutos da fronteira com a Noruega.
Subir a montanha Båthusberget foi desafiador pela mudança de clima em poucas horas. Começou com névoa, a chuva fraca ia e vinha com as nuvens, teve tempestade com vendaval e terminou com sol e uma luz linda mostrando toda a beleza oculta aos olhos no início, porém, presente o tempo todo no nosso estado de espírito. Mesmo molhada, congelada e com cara de acabada (vídeo no IGTV), eu me sentia feliz de verdade por estar ali compartilhando o momento com aquelas pessoas. O grupo era formado por viajantes do mundo e suecos idosos que adoram caminhar por ali.
Me esquentando no sol
Durante 6 horas o guia foi contando curiosidades sobre a cultura da Suécia, a natureza ao redor e a história da região. Enquanto caminhávamos fomos conhecendo uns aos outros, aprendendo e catando berries no chão. O solo é muito diferente de todos os já trilhados por ser úmido e colorido. Inclusive, levar tombos é gostoso de sair rolando na vegetação fofa.
Guia conta curiosidades sobre a cultura da Suécia, a natureza ao redor e a história da região
Além da água para hidratar e o lanche de trilha, cada um leva o seu café ou chá em térmica para esquentar o corpo nas paradas para o fika. Segundo o guia local, o motivo dos suecos fazerem trilhas com os amigos, não é a paisagem é o momento do fika, a palavra criada por eles para fazer uma pausa e comer algo enquanto bate papo. Já para o sami Peter, a melhor parte da trilha é sentar e observar em silêncio. Ele se jogava no chão a cada parada e se acomodava sempre na mesma posição, deitado de lado.
Como chegar: os aeroportos internacionais mais próximos ficam em Oslo, Estocolmo ou Gotemburgo. Cheguei ali de van vindo da Noruega com o grupo e parti de trem a partir de Mora rumo a Gotemburgo, mas pode alugar um carro, as estações de montanha e os parques dispõem de estacionamento.
Quem leva: Peter e Helena são proprietários da Renbiten, receptivo e loja de souvenir da cultura Sami em Dalarna. Eles organizaram todo o meu roteiro de 6 dias e mostraram de forma autêntica o seu modo de vida.
O que levar: é essencial vestir roupas de frio impermeáveis e camiseta dry fit para quando o sol esquenta, além de capa de chuva para mochila ou saco estanque para o que não pode molhar. Levei as mesmas peças listadas neste artigo sobre Uyuni com acréscimo da calça impermeável comprada especialmente para o clima no ártico. Se for inverno será preciso roupa especial para 25 graus negativos.
Como fica a saúde nesse clima: uma senhora sueca de 70 anos, que viajava sozinha, percebeu o meu sofrimento com o frio nas pausas para descanso e aconselhou uma sauna antes de dormir para não ficar gripada. Fiz e realmente não fiquei doente. O hábito da sauna é muito forte na Suécia, está presente nas hospedagens e também nas residências.
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A seguir deixo mais links sobre essa mesma região ou experiência.
Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 18 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram
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