E eu voltei à Parnaíba para fazer o mesmo eio de barco pelo Delta do Parnaíba de anos atrás. Desta vez, com três diferenças: almoço na Ilha das Canárias, trilha no manguezal e uma revoada de guarás muito mais vermelha. E onde esta o caranguejo no contexto? Por todos os lados!
Pra começar, os pássaros guarás são vermelhos de tanto comer caranguejo. Se eu morasse no Delta do Parnaíba, provavelmente, também teria a pele mais avermelhada como os catadores de caranguejo que levam diariamente o alimento dos mangues para os restaurantes. Enquanto eu seria vermelha de tanto comer caranguejo, o tom da pele deles é bronzeado do sol de tanto andar de barco e fazer trilha nos manguezais.
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Como expliquei no outro artigo (link em vermelho), os eios no Delta do Parnaíba variam conforme o interesse do turista e o bom de voltar é experimentar novas configurações. Claro, devemos ter em conta deste ser um atrativo natural sujeito à influências. Ou seja, caranguejos e guarás só vão dar um show se a natureza da região estiver em equilíbrio. Felizmente o cenário estava melhor que a primeira vez.
Dunas do Delta do Parnaíba
Delta do Parnaíba é o único delta das Américas em mar aberto. Sendo que só existem mais o Delta do Nilo (Egito) e Delta do Mekong (Vietnã) no mundo. Delta é a foz de um rio quando se divide em vários braços formando ilhas antes de desaguar no oceano. A região possui cerca de 80 ilhas.
Casa de Cabloco é o restaurante, de locais catadores de caranguejo, na Ilha das Canárias. Localizada na Reserva Extrativista Marinha do Delta do Parnaíba, é a ilha mais povoada do Delta com quase 2 mil moradores. Foi uma das paradas do eio de barco, mas poderia ser um dia inteiro ali. Afinal, as áreas ao ar livre são lindas para descansar e a comida é divina.
Área de descanso no Casa de Cabloco
O restaurante Casa de Cabloco valoriza a culinária e as pessoas da região servindo peixes, crustáceos e mariscos, frutos do trabalho realizado pela própria comunidade da ilha. Enquanto os homens trazem os ingredientes, as mulheres preparam as refeições com tempero caseiro e criatividade. O destaque para originalidade fica com a sobremesa pé de caboclo. A versão do pé de moleque feito com a castanha de caju colhida na ilha. Doce maravilhoso!
Bolinho de tapioca com molho de camarão
Moqueca de caranguejo e camarão
Peixe grelhado com farofa
Pastel de caranguejo
No almoço teve pastel de caranguejo, moqueca, bolinho de tapioca com molho de camarão, peixe grelhado com farofa e suco natural.
Na segunda parada do eio teve explicação sobre a fauna e flora dos manguezais. Local onde acontece a cata do caranguejo. Então o guia perguntou quem gostaria de fazer uma pequena trilha para ver a explicação na prática. Poucos tiveram vontade de embarrar os pés no início, porém, ao ouvir nossos gritos e risadas, vieram quase todos. Nos pegaram enlamados até o joelho cercados por centenas de filhotes de caranguejo.
Chegar ali é fácil por terra firme pulando os galhos do mangue, mas escorregar e afundar o pé de uma hora pra outra é mais fácil ainda. O cuidado é para não pisar nos galhos quebrados porque os caranguejos com garras afiadas só atacam se encurralados. Inclusive, o guia teve que se meter fundo no barro para catar e nos mostrar um dos grandes.
Perto do horário do pôr do sol nos dirigimos para a ilha onde os guarás vem dormir todas as noites. O atrativo deve estar famoso porque haviam bem mais turistas em barcos, mas todos respeitam a regra de manter uma distância para o barulho não afugentar as aves.
Barcos de turistas para ver a revoada dos guarás
Antes…
… depois
A dificuldade em fazer fotos continua (e a galeria das duas viagens), porém, a quantidade de guarás foi surpreendente desta vez. Eles não param de vir de todos os lados e, em determinado momento, as árvores parecem ter mais pássaros do que galhos.
Por fim, o céu parcialmente nublado não nos mostrou o espetáculo do sol, desta vez as atenções foram totalmente voltadas para linda a revoada dos guarás. E quando escureceu totalmente, foram as estrelas nossos guias de volta ao porto.
Quem leva: o eio em lancha rápida partiu do porto de Ilha Grande, município distante 10 km de Parnaíba. Nosso grupo se dividiu em duas embarcações da Clip Ecoturismo.
O transfer para chegar a Parnaíba a partir de Barra Grande foi com a Natur Turismo. Uma das empresas que organiza todo o roteiro pela Rota das Emoções.
E para uma imersão completa no Delta do Parnaíba, a dica é dormir na Ilha das Canárias. O restaurante Casa de Cabloco também e pousada.
Esta viagem foi um convite do SEBRAE dos Estados Ceará, Maranhão e Piauí para promover a Rota das Emoções.
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Então monte o roteiro e vá fazendo as reservas de hospedagem e eios conforme o tempo disponível.
A seguir deixo mais links sobre essa mesma região ou experiência.
Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 18 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram
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