As trilhas no Jalapão são curtas e fáceis, o grande desafio é aguentar o calor além de manter-se hidratado. Tarefa compensada quando alcançamos um banho revigorante, belas paisagens ou o descanso merecido.
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Praticamente em todos os eios existe uma pequena trilha pelo cerrado para chegar às dunas, fervedouros e cachoeiras. Mas neste artigo considero efetivamente duas, a primeira realizada dentro da fazenda da Korubo, onde estávamos acampados, e a Trilha do Espírito Santo, no Parque Estadual do Jalapão.
Trilha para as dunas com a Serra do Espírito Santo ao fundo
As trilhas no Jalapão 1920d
A mais exigente é na Serra do Espírito Santo, serra com 32 km de extensão e rochas arenosas de até 300 metros de altura que existem há 150 milhões de anos. O local era um oceano comprovado pela geologia dos platôs do período cretáceo. Ali fizemos uma trilha de 8 km para ver o pôr do sol e ter noção da grandiosidade do Jalapão.
No topo da Serra do Espírito Santo
Trilha na fazenda da Korubo
Trilha no camping f2t1g
Com o imprevisto que explico na próxima trilha, fomos explorar os caminhos próximos ao acampamento na primeira hora da manhã. Era o eio opcional para o final da tarde e foi ótimo fazer bem cedo. Foi interessante ver a vegetação do cerrado, pássaros e encontrar praias desertas sem fios de alta tensão estragando as fotos. O percurso é bem fácil de apenas 2 km em terreno plano. Se tiver sorte, poderá avistar até raposa ou araras.
Prainha deserta
O início da trilha
Trilha do Espírito Santo z3049
O objetivo é chegar ao mirante para ver as famosas dunas, formadas pela decomposição da própria Serra do Espírito Santo, do alto e pegar o sol nascendo. Esta era a programação inicial e madrugamos para chegar a tempo, mas um imprevisto no caminhão mudou o eio para o pôr do sol e eu até gostei mais porque pela manhã sou sonolenta e desatenta.
Começamos a subida às 4 horas da tarde com muito calor, contudo, o sol ajudou se escondendo atrás das nuvens a maior parte do tempo e nos arrasou quando não tinha como fugir dele. Foi apenas 1 km de subida íngreme para alcançar 300 metros de altura que demoraram mais que o planejado devido à alta temperatura e frequentes paradas para tirar fotos e beber água. Tem caminho demarcado e cordas como corrimão nos trechos mais perigosos.
Vereda vista do alto
Do alto se vê a imensidão do cerrado com caminhos verdes repletos de palmeiras onde é fácil encontrar água cavando – as veredas. As nuvens e a fumaça das queimadas (são boas para as sementes com casca-grossa germinarem no cerrado) atrapalharam um pouco a visibilidade, mas não tiraram o encanto do eio. Na chegada tem uma pedra estratégica para quem não tem medo de altura fazer pose. Fui e pedrinhas caíram até eu sentar ali, portanto esse sorriso na foto é falso, mas corajoso.
Tentando me concentrar na vista
Como o sol já estava se pondo, tínhamos duas escolhas: sair correndo os 3 km restantes pelo topo da serra até o mirante ou ir para outra direção, mais próxima, para ver o sol se pôr de lado. Quem chegou primeiro arriscou a corrida e conseguiu, os últimos preferiram garantir o espetáculo. Para o novo trecho não havia trilha demarcada e os sons no mato indicavam a presença de cobras, mas o que não fazemos pelo pôr do sol! O jeito foi apressar o o e fazer barulho para afastar os animais.
Pôr do Sol visto do topo da Serra do Espírito Santo
Trilha noturna – Trilha do Espírito Santo 30672z
Esperando o pôr do sol curtindo a vista
Anoiteceu e chegou a hora de voltar para a estrada. Descer pela trilha a noite é uma experiência ímpar, as luzes são nossas lanternas formando um caminho de pontos brancos no meio da escuridão e aquele céu incrivelmente estrelado. A descida é mais agradável que a subida, mas é preciso redobrar o cuidado e atenção onde pisa, principalmente por causa das pedras soltas.
No final fizemos um piquenique esperando o grupo que foi até o mirante chegar. Deitados na areia, iramos o céu mega estrelado curtindo o vento fresco noturno. Veja mais fotos da trilha:
Assista ao vídeo mostrando como foi o dia com as duas trilhas e o pôr do sol no mirante:
Tome Nota trilhas no Jalapão 2u6t9
Recomendo a trilha do camping bem cedo ou final da tarde devido ao calor. E leve repelente, tem muito mosquito mesmo no sol.
A Trilha do Espírito Santo tem o permitido apenas com condutor ambiental credenciado pelo parque. Três nos acompanharam no início, meio e final do grupo. Na noite anterior o guia da Korubo nos alertou sobre todas as dificuldades e reforçou o fator calor como o maior desafio, mesmo com a curta distância. Recomendou apenas para quem tem bom preparo físico e sugeriu aos que tivessem dúvida ficarem no camping aproveitando o Rio Novo e trilhas locais.
O contratempo com o caminhão é previsto e a equipe da Korubo está preparada para consertá-lo. A culpa é das terríveis estradas de terra que vão destruindo os veículos dos aventureiros.
Use roupas leves, botas de trilha, chapéu e toalha gelada. A Cool Towels ajudou muito na subida, leia o post onde explico sobre ela. E 1 litro d’água é imprescindível.
Leia a revista Jalapão com os artigos de todos os blogueiros que participaram desta viagem
Fotos de Guilherme Tetamanti, Maurício Oliveira e Roberta Martins.
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Muito legal a reportagem, fiz o JALAPAO em julho deste ano, e fiquei fascinado com as trilhas e a beleza natural, e tive a sorte de fazer parte da expedição Cerrado Dourado, que é excelência no turismo aventura.
2 Comments hqc
Muito legal a reportagem, fiz o JALAPAO em julho deste ano, e fiquei fascinado com as trilhas e a beleza natural, e tive a sorte de fazer parte da expedição Cerrado Dourado, que é excelência no turismo aventura.
Lindo demais Luciano! Eu quero voltar para conhecer todos os novos atrativos. Obrigada pela dica da expedição